Seleção Natural e Teoria da Evolução


                Seleção Natural

Quando uma espécie encontra-se em um meio favorável, o número de indivíduos daquela espécie aumentará até o limite de capacidade daquele ambiente. Suponhamos que em uma determinada região o solo esteja bastante favorável para o desenvolvimento de plantas herbáceas (plantas de pequeno porte).

Alguns coelhos chegam a essa região e se reproduzem, geram descendentes, os quais conseguem sobreviver devido à abundância alimentar e à disponibilidade de espaço, pois podem esconder-se de seus predadores. Esses descendentes também se reproduzem e os descendentes de seus descendentes também se reproduzem. Dessa forma a população de coelhos irá aumentar até não existir mais alimento suficiente para todos, nem espaço para viver ou se esconder dos predadores.

Esses coelhos são todos de uma mesma espécie e, mais do que de uma mesma espécie, são de uma mesma população, são aparentados de uma maneira geral. Porém, apesar de serem geneticamente muito semelhantes, não são idênticos. Alguns são mais lentos e podem ser mais facilmente capturados pelos seus predadores. Os que têm a visão melhor e são mais rápidos encontrarão alimento mais facilmente.

Alguns podem apresentar uma deficiência imunológica e ao serem infectados por microrganismos morrerão facilmente. A coloração de alguns chamará mais a atenção dos predadores que a coloração de outros, sendo assim, os mais chamativos terão maior dificuldade para escapar de seus predadores.

Na luta para se manterem vivos, os que conseguem chegar na idade adulta, se reproduzem. Esses indivíduos que sobreviveram eram mais adaptados que os outros e conseguiram deixar mais descendentes, semelhantes a eles, que, por sua vez, terão maior probabilidade de se adaptarem ao meio, como seus pais.

A esse processo Darwin deu o nome de seleção natural: os mais adaptados às condições do meio ambiente sobrevivem e se reproduzem e a cada geração os que se reproduzem são, preferencialmente, aqueles que possuem melhores condições de adaptação ao meio ambiente.



ADAPTAÇAO e transmissão de características


Um halterofilista terá a musculatura de seus braços bastante desenvolvida, mas seu filho, se não praticar o mesmo esporte, não terá a musculatura avantajada como a do pai. Ou seja, as pessoas que apresentam as alterações que citamos anteriormente não as transmitem para seus descendentes. Essas alterações são fisiológicas, no indivíduo. Nesses casos, não há uma modificação no material genético para que possa ser transmitido às outras gerações.

Existem características das espécies que podem ser transmitidas aos descendentes de uma mesma espécie. Diferentemente da maioria dos outros mamíferos, as baleias têm corpos hidrodinâmicos; normalmente não possuem pêlos (que é uma característica dos mamíferos) e têm seus membros anteriores transformados em nadadeiras. Além disso, possuem uma cauda achatada horizontalmente, responsável pela locomoção e estabilidade de seus corpos.

O ouvido das baleias não apresenta qualquer estrutura externa, como a maioria dos mamíferos que possui orelha. Suas narinas localizam-se no alto da cabeça e elas têm uma espessa camada de gordura embaixo de uma grossa pele, que proporciona um isolamento térmico, funciona como reserva de energia para enfrentar as longas migrações e auxilia na flutuação de seus corpos. O sistema respiratório desses animais suporta longos períodos de mergulho.

Podemos dizer que as baleias estão adaptadas ao meio aquático, pois possuem várias características que lhes permitem sobreviver nesse ambiente. Essas características são geneticamente determinadas e assim podem ser transmitidas aos descendentes de cada uma das baleias.

A evolução biológica pode ser compreendida como um conjunto de transformações que ocorre no decorrer do tempo em uma população. Essas modificações estão intimamente ligadas ao como estes seres vivos se adaptam ao meio ambiente, ou seja, essas modificações são movidas pela seleção natural.





 Teoria da Evolução

A Teoria da Evolução é fruto de um conjunto de pesquisas, ainda em desenvolvimento, iniciadas pelo legado deixado pelo cientista inglês Charles Robert Darwin e pelo naturalista britânico Alfred Russel Wallace.

Em suas pesquisas, ocorridas no século XIX, Darwin procurou estabelecer um estudo comparativo entre espécies aparentadas que viviam em diferentes regiões. Além disso, ele percebeu a existência de semelhanças entre os animais vivos e em extinção. A partir daí, concluiu que as características biológicas dos seres vivos passam por um processo dinâmico em que fatores de ordem natural seriam responsáveis por modificar os organismos vivos. Ao mesmo tempo, ele levantou a ideia de que os organismos vivos estão em constante concorrência e, a partir dela, somente os seres melhores preparados às condições ambientais impostas poderiam sobreviver.

Por perceber que se tratava de descobertas polêmicas, e que contrariavam ideias consideradas absolutas, como a de que as espécies eram imutáveis, Darwin teve receio em divulgá-las. Wallace, que admirava de longe o prestígio do famoso naturalista, enviou a ele alguns de seus escritos acerca de ideias que estava desenvolvendo. Surpreendentemente, ambos estavam estudando o mesmo fenômeno - constatação esta que encorajou Darwin a abrir mão de seu segredo e publicar, juntamente com Wallace, suas descobertas, em 1858.

Contando com tais premissas, esta teoria afirma que o homem e o macaco possuem uma mesma ascendência, a partir da qual estas e outras espécies se desenvolveram ao longo do tempo. Contudo, isso não quer dizer, conforme muitos afirmam, que Darwin supôs que o homem é um descendente do macaco. Em sua obra, A Origem das Espécies, ele sugere que o homem e o macaco, em razão de suas semelhanças biológicas, teriam um mesmo ascendente em comum.

A partir destas afirmações e dispondo de outras áreas da ciência, como a Genética e a Biologia Molecular, vários membros da comunidade científica, ao longo dos anos, se lançaram ao desafio de compreender o processo de variação e adaptação de populações ao longo do tempo, e o surgimento de novas espécies a partir de outra preexistente.

Quanto a uma das espécies estudadas, Homo sapiens sapiens, surgida há aproximadamente 120 mil anos, sabe-se que esta tem parentesco com os antigos hominídeos. Este grupo, que surgiu há mais de quatro milhões de anos, contempla, além de nós, o Homo habilis (2,4 – 1,5 milhões de anos) o Homo erectus (1,8 – 300 mil anos), o Homo sapiens neanderthalensis, com cerca de 230 a 30 mil anos de existência, e vários outros. Uma constatação interessante é a de que hominídeos de espécies diferentes já coexistiram em um mesmo período.

No dia a dia, costumamos nos referir à expressão "teoria" como sendo algo superficial, simplório, uma especulação. Entretanto, nas investigações científicas, o termo se refere a uma hipótese confirmada por inúmeras experimentações, com alto grau de precisão, durante muito tempo. Assim, estas são dignas de bastante credibilidade. A Teoria da Evolução, assim como a Teoria da Gravitação Universal, são alguns exemplos.